quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Fórum de Juventudes de Campo Grande sobre a violência contra a mulher.

O Fórum de Juventudes de Campo Grande, diante do cenário de violência descabida contra a mulher, situação amplamente divulgada pelas mídias, denotando uma clara circunstância de feminicídio, vem por meio de esta expressar o nosso repudio a situação calamitosa que se encontra em todo o nosso estado. O índice de violência contra a mulher tem aumentado progressivamente no último período. É descabido que em pleno século XXI assistamos cenas de violência extrema, opressão de gênero e sem nenhum posicionamento e ação concreta por parte do poder público estadual.

A Falta de políticas públicas de formação e de enfrentamento a este tipo de violência é, em nossa opinião, uma das maiores causas deste aumento vertiginoso nos casos de violência de gênero. É imperativo que o poder público tome para si a responsabilidade de promover tais políticas, uma vez que a ele compete este tipo de ação. Neste sentido a nomeação por parte da prefeitura de Campo Grande de uma mulher à frente da Secretaria da Mulher é de extrema importância.

A disposição da prefeitura em ceder material humano e estrutura para que às Delegacias da Mulher 24 horas também é louvável. Porém ainda é pouco visto que este tipo de violência está alastrado por todo o estado de Mato Grosso do Sul. Portanto entendemos que é imprescindível que o Governo do Estado cumpra com seu dever de assegurar a segurança de suas cidadãs. Exigimos pois, a abertura das Delegacias da Mulher 24 horas em todo o estado com condições de atender decentemente seu público, com a infraestrutura necessária para seu funcionamento, com profissionais capacitados e formados para esta política de enfrentamento.

Pari passu, faz-se necessário que haja também a nível estadual uma Secretaria da Mulher, não apenas uma coordenadoria, com orçamento próprio e capacidade de colocar em prática políticas públicas de vanguarda na formação e enfrentamento à violência contra a mulher.

Acreditamos também que o cumprimento da recomendação feita pelo Conselho Nacional de Justiça na ampliação do número de Varas da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é emergencial. 

Esperamos também que as duas unidades móveis do Programa Mulher: Viver sem Violência que foram doadas pelo governo federal ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul, comecem rapidamente a prestar atendimento psicossocial e jurídico às mulheres que vivem no campo e na floresta. Acreditamos que esta iniciativa deva garantir o atendimento de mulheres vítimas de violência em todos os municípios, porém esta é uma medida paliativa.

É preciso, pois um esforço conjunto de todos os entes federativos e de toda a sociedade civil para que este tipo de situação revoltante seja definitivamente uma página virada na história.

Campo Grande, 23 de janeiro de 2014.

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