Desde o inicio de minha caminhada pastoral, algumas pessoas sempre me perguntaram sobre o sentido de celebrar o DNJ. Na maioria das vezes eram pessoas sem afinidade nenhuma com o trabalho em meio aos jovens. Muitos tinham em mente que aquele momento era apenas um evento de massa, um “auê” que agregava diversas pessoas em um dia, apenas por acaso. Com o passar do tempo eu fui me engajando mais no serviço pastoral e assim os questionamentos aumentavam. Recebia até sugestões para no DNJ ser feito um momento de “retiro”, outras pessoas sugeriam uma manifestação política de protesto, e até um “grande show musical”.
Custava entendimento de que aquele momento, apesar de organizado pelas Pastorais da Juventude, não é propriedade apenas dos jovens católicos ou dos grupos de jovens e movimentos eclesiais que estava na organização. É o Dia Nacional DA JUVENTUDE, e não o Dia Nacional apenas dos jovens organizados em grupos, movimentos ou pastorais.
Mas então, qual é o sentido de celebrar o DNJ? Hoje quando me fazem essa pergunta, ligeiramente vem em minha mente cada DNJ por mim vivido. Para o grupo de jovens em que participava, não importam quais eram as conquistas e atividades feitas na comunidade naquele ano, o DNJ era sempre o auge. Nos preparávamos o ano inteiro para esse dia. Sempre era pauta de nossas discussões: qual a cidade iria acolher a atividade, como iríamos pagar o transporte para lá, as camisetas que usaríamos, a preparação das apresentações, o tema abordado aquele ano entre outros. Em setembro, já era possível enxergar nos olhos de cada um a ansiedade em chegar logo aquele dia para se comemorar, para conhecer e conviver com pessoas diferentes de outros lugares durante um dia inteiro. Riso, sorriso, música, reza, dança, força, alegria… são palavras, que sem querer, que se tornavam sinônimos do DNJ. Não tenho mais duvida em dizer que o sentido do DNJ é celebrar a vida da juventude. Celebrar as conquistas, os anseios, os sonhos e os desejos de uma juventude que sofre, que quer ser ouvida, quer um pouco de espaço e atenção na Igreja e na sociedade.
“Muita reza, muita luta, muita festa…” para mim, esse lema é o verdadeiro espírito desse dia tão aguardado por todos os jovens das Pastorais da Juventude. DNJ não é só para rezar, nem só para lutar, muito menos só para festar. É um dia de muita reza, não importa a forma, pode ser um momento de mística, celebração eucarística ou celebração ecumênica, o que importa é rezar a vida da juventude. É um dia de muita luta, de tomada de posição, de protesto, de manifestação política, de denúncia sobre questões que deturpam a vida da juventude. É um dia de muita festa, de comemorar a vida da juventude, de comemorar os 25 anos de DNJ, de se realizar apresentações musicais e culturais, é um dia de cantar, dançar, gritar, festejar a vida da juventude. Juventude brasileira, vamos rezar, lutar e festar, vamos celebrar a nossa vida!
Walkes Vargas
Jovem, Estudante de Psicologia, Presidente do Centro Acadêmico de Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco – CAPSI-UCDB, Militante da Pastoral da Juventude, atuando como membro da Coordenação Nacional pelo Regional Oeste 1 (Mato Grosso do Sul). E-mail: walkesvargas@gmail.com
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