O terapeuta não precisa amar aos clientes, mas pode tratá-los com amor, já que o cliente também oferece ao terapeuta a oportunidade de crescer em seus conhecimentos, em sua compaixão amorosa. Cada sessão que é vivenciada e experienciada por ambos coloca em reflexão constante a consciência do cliente com a do terapeuta.
Busca-se nessa relação mágica denominada de psicoterapia a tentativa do cliente de compreender-se e de fazer-se compreendido, pois isto significa que o cliente tem também significado ideal, transcendental e que ele próprio ainda não conseguiu entender-se.
Enfatiza-se que o cliente, a predispor-se ao processo terapêutico, chega em luta permanente consigo e com outros homens, luta de se firmar e de ser reconhecido como pessoa, aliás, muito maior em potencial de crescimento do que a própria luta na qual se encontra, por ora, inserido.
O cliente, ao transcorrer das sessões terapêuticas, descobre que é naturalmente o centro das coisas, porque só ele existe, as coisas são. Aprende que somente ele, cliente, pode e deve dar sentido aos mundos interior e exterior.
Na psicoterapia, ocorre o “Conhece-te a ti mesmo”. Conhecer a si próprio é experimentar o próprio poder e os limites, partindo de si para compreender o mundo. É uma proposta de conscientização a cada momento como valor positivo, com capacidade de se autogerir.
Na psicoterapia com base humanística temos o cliente como centro, criando a si mesmo gradativamente, existindo, tomando posse de si e do mundo. Para o terapeuta bom base humanística, o cliente transcende a própria teoria psicoterápica utilizada pelo terapeuta.
Na prática terapêutica, é enfatizar a valorização do que há de humano, lidar com o potencial de vida como saúde, beleza, força, compreendendo profundamente o sentido das perdas materiais, afetivas e da vida.
Dentre as psicoterapias humanísticas, a Gestalt-Terapia propõe ao cliente sua consumação da essência, isto é, busca permanente do que se tem de bom, positivo. É um desdobrar-se à procura do sentido para a vida.
A Gestalt-Terapia quer ser ao cliente um modo específico de se estar no mundo e a ele reagir, tornando-se uma pessoa insatisfeita consigo à busca das melhores configurações, pois aprende que é a melhor intérprete de si.
Quero encerrar estas reflexões com a Oração da Gestalt de Fritz Perls (um dos mestres da abordagem gestáltica) para expressar que você é o arquiteto de sua vida e deve zelar por ela:
“Eu faço minhas coisas, você faz as suas.
Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas.
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.
Você é você e eu sou eu e se, por acaso, nos encontrarmos, é lindo
Se não, nada há a fazer. “
Luiz Tadeu Martins de Oliveira
Psicólogo – CRP 14/04412-2//Prof. Uems//Eterno Aprendiz//luiztadeumartins@yahoo.com.br
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