terça-feira, 24 de março de 2009

Adolescentes, Jovens e Violência: A culpa é de quem?


Eu poderia falar agora "redução a maioria penal já!", sabe por quê? Ontem a noite, após sair de um culto num templo da Igreja Assembléia de Deus, fomos dar uma volta nas proximidades do Forte do Castelo. No retorno, fomos abordados por dois jovens e um adolescente de aproximadamente 13 anos. Na ocasião levaram alguns pertences meus e de meu companheiro. Após o incidente, seguimos pela mesma rua onde encontramos alguns papéis e o documento do meu colega que haviam jogado pelo caminho. Meu sentimento na ocasião, não foi de raiva, aliás não se passou nada por minha cabeça, mas percebi que uma preocupação rondava aquele que estava em minha companhia. Só então, depois de ele me falar que levaram uma quantia pesada dele é que pude saber o motivo de sua preocupação maior.
Hoje, não sei ao certo de seu sentimento, mas acho que não seja de raiva destes jovens e do adolescentes. Também (talvez) pelo fato de termos conversado um pouco sobre realidade teológica do jovem. A conversa nos ajudou um pouco mais a perceber Deus a partir do jovem, não como alguém que só é receptor, mas como alguém que consegue na sua prática ser este instrumento de manifestação do Divino.
Talvez aqueles que levaram nossos pertences ontem não saberam que também são realidades teológicas. Não é uma justificativa sobre seu ato naquele momento, até porque eu teria que apresentar e conhecer a realidade social em que eles vivem, mas pelo que se percebe não é a mais agradável e nisto podemos até considerá-los vítimas de um sistema capitalista que os congrega para o consumismo, torando estes, agentes da criminalidade por não terem condições econômicas de adquirir aquilo que os meios de comunicação apontam de "felicidade" para estes.
Só espero que neste ano que vem, no qual a Igreja Católica propõe a discussão da Campanha da Fraternidade sobre Segurança Pública e o Governo convida a população a realizar a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública nas diversas instâncias, as mais variadas forças sociais, eclesiais, políticas dentre outras, possam compreender a realidade carcerária e principalmente periférica destes jovens e adolescentes, e apontar propostas que realmente respondam a necessidade destas pessoas. Pra mim dizer sim à Redução da Maioridade Penal, é continuar construir escolas do tráfico e formar cedo adolescentes e jovens para atuarem no mundo da violência. É preciso pautar isso não só no Senado ou no Congresso, mas é necessário pautar isso também em escolas, Igrejas, famílias e nos diversos lugares onde a população menos favorecida e mais afetada por este modelo econômico, se encontra.
Caso não façamos isso, estes adolescentes e jovens continuaram a atuar na criminalidade onde a próxima vítima pode ser você...

Autoria: Eduardo da Amazônia

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