Nós, integrantes do Fórum de Juventudes de Campo Grande, conforme deliberação efetivada em Assembleia Geral realizada no último sábado dia 22 de novembro, saudamos a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff e a eleição de Reinaldo Azambuja ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e apresentamos nossa visão política dos direitos das juventudes para além das eleições 2014.
Presenciamos nesse ano uma das eleições mais acirradas e disputadas na história do Brasil e de Mato Grosso do Sul. Isso nos exige profundo respeito com o processo democrático, compreendendo que existem sim diferenças de pensamentos e posições políticas que são naturais e presentes em um país com tamanha extensão e diversidade cultural como o Brasil. Dessa forma, manifestamos nossa indignação e repúdio aos discursos de ódio proferidos, de forma preconceituosa e criminosa, que têm agredido nordestinos, mulheres e a população empobrecida do país.
Nesse sentido, reafirmamos o nosso compromisso com os direitos humanos e com a defesa da vida da juventude, e acreditamos que grandes reformas estruturais na sociedade e avanços nas Políticas Públicas de Juventude só acontecerão com muita mobilização social e luta. Uma luta que continua e que nos convoca a unir forças, tencionando os governos Federal, Estadual e Municipal, em torno de agendas importantes, como:
-A defesa irrestrita da democracia e de todos os mecanismos que permitam o seu avanço e fortalecimento como uma Reforma Política com participação do povo através de uma Constituinte Exclusiva e Soberana; a democratização dos meios de comunicação social; e a ampliação da participação social em consultas populares como a regulamentação dos Conselhos, Conferências, Plebiscitos, Referendos previstos na proposta de Política Nacional de Participação Social;
-A garantia de um desenvolvimento social e econômico que respeite as pessoas e a natureza, garantindo o direito ao território no campo e na cidade, e gerando relações de fato sustentáveis, ecologicamente e humanamente saudáveis; da mesma forma, defender os princípios do SUS – Sistema Único de Saúde, contra a privatização dos serviços de saúde, garantindo o acesso de toda a população a atendimentos de qualidade;
-O combate ao desemprego e subemprego juvenis, ao trabalho infantil, o compromisso contra a redução da maioridade penal, com a luta por melhores condições para a Política de Educação, principalmente no Ensino Médio e Técnico, como também a efetivação da autonomia financeira e política da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;
-A defesa da institucionalização da política de juventude através da ampliação da Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal e da Secretaria Municipal de Juventude da Prefeitura de Campo Grande; da criação de um Plano Estadual da Política de Juventude e de uma Secretaria Estadual de Juventude no Governo de Estado de Mato Grosso do Sul; e da realização das Conferências de Juventude com a participação das organizações juvenis;
-O enfrentamento a violência e ao extermínio da juventude, sobretudo da juventude negra - que em Campo Grande se expressa muitas vezes pela opressão da Guarda Municipal a adolescentes e jovens do movimento hip-hop – defendemos dessa forma o fim dos Autos de Resistência com a aprovação imediata do Projeto de Lei 4471, a execução no Mato Grosso do Sul de projetos do Governo Federal como o Plano Juventude Viva e o Programa Estação Juventude, bem como a criação de programas e projetos locais, principalmente se específicos para a prevenção a violência e extermínio da juventude indígena;
-A luta por um serviço público de transporte coletivo descente em Campo Grande, contra o aumento abusivo da tarifa sem o aumento da qualidade, reformas nos terminais e escalas adequadas das linhas nos finais de semana e período noturno que garantam mobilidade urbana à juventude e aos/às trabalhadores/as e acesso à cultura, esporte, lazer e tempo livre;
-Apoio integral e irrestrito a luta dos/as trabalhadores/as da educação e da cultura de Campo Grande, em defesa do cumprimento da lei do piso salarial dos/as professores/as e da lei de reserva de 1% do orçamento municipal para a Cultura.
Acreditamos que todas essas e outras agendas são essenciais para a juventude, mas também para todos/as os/as cidadãos/ãs, que se assumem compromisso na construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.
Campo Grande-MS, 23 de Novembro de 2014.
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