segunda-feira, 13 de julho de 2009

PSICOLOGIA A CAMINHO DAS ÍNDIAS

A novela Caminho das Índias da Rede Globo de Televisão demonstra aos expectadores, sem prejuízo de outras facetas, a influência cultural de uma geração familiar imposta e transmitida à geração posterior, isto é, a percepção de mundo dos avós e pais sendo transferida aos filhos e netos sem obstáculos.

Concordo que os filhos devem honrar e ter consciência do esforço dos genitores para educá-los, alimentá-los, mas longe de se criar vínculo de “pagamento a uma dívida”.

Quero aqui colocar que não estou combatendo a boa educação universal, que esta assim, deve ser mantida e respeitada, como o respeito aos idosos, falar no momento oportuno, ceder o lugar aos mais necessitados, construir e buscar ética na vida etc.

Chamo a atenção no contexto psicológico da constelação familiar, ou seja, no como as famílias se adaptam internamente entre gerações, a necessidade de se alertar e refletir sobre os sofrimentos e desequilíbrios gerados por conta do pacote psicoemocional transferido.

Um dos objetivos do pacote psicoemocional transferido é “nos tornar naquilo que não somos”. Interessante observar que, em essência, não se nasce com determinada nacionalidade. Ela é agregada de acordo com o lugar do planeta, indicando o sistema de convicções da família onde se nasce.

Outra característica de “tornar-se naquilo que não se é” a fim de reflexão é que não se nasce com sentido inato de desconfiança dos outros, não se começa a vida acreditando que Deus está fora de nós nos julgando e cobrando posturas, nos amando ou até indiferente aos nossos problemas.

Ainda, não surgimos do ventre da nossa mãe acreditando que o domínio e a concorrência são essenciais à sobrevivência. Será que temos que validar o que nossos pais consideram verdadeiro?

Mais sério ainda, como os filhos chegam a acreditar que são indispensáveis ao bem-estar dos pais procurando realizar os sonhos frustrados dos mesmos? De quantas maneiras mais os membros de uma geração terão que apagar sua verdadeira natureza a fim de serem amados, bem-sucedidos, aprovados, não pelo que são em essência, mas porque se adaptaram aos outros?

Você já meditou que provavelmente não nasceu com ansiedade, mas como a pura ambição pelo acúmulo de riqueza é ideal cultural, foi condenado a buscá-la exageradamente sendo jogado num processo de estresse infinito?

Amigo, você é o mais fiel intérprete de você mesmo. Ninguém tem a capacidade de compreender-te melhor do que você mesmo.

Ame e fique grato com a geração anterior construindo seu próprio caminho.

O Deus que há na geração posterior saúda o Deus da geração anterior.


Luiz Tadeu M. de Oliveira

Psicólogo

Prof. Univ. Estadual do MS – Curso de Direito.

Eterno Aprendiz.

luiztadeumartins@yahoo.com.br

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