sábado, 6 de junho de 2009

Morre mais um membro da comunidade Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul

Membros da comunidade Kaiowá Guarani são constantemente alvos de genocídio no Mato Grosso do Sul. Segundo os/as indígenas, já são três lideranças assassinadas, seis feridas e quatro presas. O caso mais recente aconteceu no sábado, 30 de maio, quando Leila Pereira encontrou o filho, Osvaldo Pereira, morto na beira de uma estrada próxima ao acampamento do grupo.

Osvaldo foi recentemente escolhido como secretário da organização da comunidade. De acordo com documento divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), na noite da sexta-feira (29), o secretário saiu com homens não indígenas, que ainda não foram identificados. A mãe só reencontrou o filho na manhã do dia seguinte, já falecido.

De acordo com informações do CIMI, policiais que estavam no local "logo foram dizendo que se tratava de um ‘simples’ acidente de trânsito e queriam levar o corpo". Entretanto, membros da comunidade presentes preferiram esperar a perícia da Polícia Federal, que não apareceu.

Os/as indígenas, no entanto, acreditam que Osvaldo não foi vítima de acidente, mas de assassinado. "O corpo apresenta marcas de tiro logo abaixo da costela e na cabeça, bem como sinais de ferimento possivelmente por faca", afirmam no documento.

Eles/as ainda relatam que, no local, não há evidências de acidente de trânsito, como marcas de freio ou vidros quebrados. "As marcas recentes de pneu de trator próximo à cerca, do lado interno da fazenda que beira o local do crime, também denuncia a possível manobra de arrastar o corpo até a beira da estrada para simular um acidente", acrescentam.

A comunidade Kaiowá Guarani é formada por pouco mais de cem pessoas, vive no Acampamento Kurusu Ambá, no município de Coronel Sapucaí. O Acampamento faz parte dos 36 locais que a Fundação Nacional do Índio (Funai) está identificando. De acordo com informações do CIMI, o grupo sofre constantemente com ameaças e assassinatos desde que retornou ao território.

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